quarta-feira, 18 de abril de 2012

DEUS E SANTA ANA TÊM O MESMO PENSAMENTO DOS MORTAIS?

Um dos grandes desafios para a maturidade humana é crescer na compreensão do que é justiça.
Uma explicação simples do que é Justiça afirma que esta é: "dar a cada um aquilo que lhe cabe."
Jesus vai ampliar este conceito afirmando: "Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus."( Mt 22,21)
Muitas vezes o que chamamos de Justiça nada mais é do que o desejo de ver o outro sendo submetido aos efeitos da justiça Divina ou padecendo do resultado de suas escolhas. Com facilidade esquecemos que somos tão pecadores e mortais como os que julgamos e que poderemos ser submetidos à mesma justiça e padecer do fruto de nossas escolhas também.
Um outro conceito de justiça que temos é o daquela que sempre nos beneficia sem que necessariamente nos preocupemos com o bem do outro.
O Justo é, antes de tudo, alguém que conhece bem a si mesmo e, por isso, é justo consigo e com os outros.
A verdadeira Justiça é um dom divino que temos que pedir, dele nos apossarmos e com ele colaborarmos. Ninguém é justo se não busca Deus porque só Deus é verdadeiramente justo.
E o próprio Cristo, antes da Justiça cita a Misericórdia: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso". (São Lucas 6,36) E em outra circunstância diz: "Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem".(Mt 5, 43 e 44)
Creio, caros amigos, que nenhum de nós é maior do que Cristo e se o mesmo nos ordena fazer o que vimos acima é porque certamente nos dará a graça de o vivermos: em Deus não há incoerência.
Nesta véspera de eleições municipais tenho me deparado com muitos eleitores, dos mais variados partidos CLAMANDO A JUSTIÇA DIVINA contra seus opositores. O que me espanta nestes clamores públicos, nestes verdadeiros "rogos de pragas", é a justiça ser compreendida como descrevi acima e a idéia infantil de que Deus tem "partido político, ao qual protege e ao qual garantirá a vitória".
Caríssimos, com todo respeito, Deus tem mais o que fazer do que pensar por nós e discernir por nós. A luz do Espírito Santo não entra onde há uma paixão política que cega e aliena.
Para escolhermos bem um candidato é necessário que, antes de tudo, nos despojemos de nossas paixões e das opiniões às quais estamos apegados, que acompanhemos o trabalho do candidato e busquemos avaliar o quanto o mesmo está preocupado com o BEM COMUM, algo que ultrpassa legendas político - partidárias.
Em certa rede social deparei-me com um cidadão afirmando que certo político, que é plataformista de um dos possíveis candidatos a prefeito, iria obter vitória porque tinha Deus no Coração e Santa Ana ao Seu lado.
Estremeci de indiganação porque esta pessoa esta afrimando que Deus e Santa Ana têm o mesmo pensamento dos homens. Meus amigos, somos tão limitados que nem de longe conseguimos penetrar os pensamentos de Deus:"Pois tanto quanto o céu acima da terra, assim estão os meus caminhos acima dos vossos e meus pensamentos distantes dos vossos", disse o Senhor pela boca do profeta Isaías. (Isaías 55,9)
Tal pessoa deveria pensar que o Deus que dá dons a um partido é o mesmo que o dá ao outro. Deus não tem dois pesos e tampouco duas medidas.
Por fim, é absurdo falar de auxílio divino, quando muitas vezes vemos, desde eleitores a candidatos descumprirem esta ordem de Deus:

QUANDO TIVERES ENTRADO NA TERRA QUE O SENHOR, TEU DEUS, TE DÁ, NÃO TE PORÁS A IMITAR AS PRÁTICAS ABOMINÁVEIS DA GENTE DAQUELA TERRA. NÃO SE ACHE NO MEIO DE TI QUEM FAÇA PASSAR PELO FOGO SEU FILHO OU SUA FILHA, NEM QUEM SE DÊ À ADIVINHAÇÃO, À ASTROLOGIA, AOS AGOUROS, AO FEITICISMO, À MAGIA, AO ESPIRITISMO, À ADIVINHAÇÃO OU À INVOCAÇÃO DOS MORTOS, PORQUE O SENHOR, TEU DEUS, ABOMINA AQUELES QUE SE DÃO A ESSAS PRÁTICAS, E É POR CAUSA DESSAS ABOMINAÇÕES QUE O SENHOR, TEU DEUS, EXPULSA DIANTE DE TI ESSAS NAÇÕES. SERÁS INTEIRAMENTE DO SENHOR, TEU DEUS. AS NAÇÕES QUE VAIS DESPOJAR OUVEM OS AGOUREIROS E OS ADIVINHOS; A TI, PORÉM, O SENHOR, TEU DEUS, NÃO O PERMITE. (DEUTERONÔMIO 18, 9-14)